No dia do vencedor, falo do vencido. O candidato republicano à presidência dos EUA, John McCain, não era, ao contrário do que muitos ignorantes, e tão fanáticos quanto os fanáticos republicanos que existem, afirmavam, um clone de George W. Bush. Como o seu dicurso de derrota provou, John McCain é um político honrado e sério. Um homem com um grande currículo político, e um herói de guerra que devemos respeitar. Quantos de nós aguentariam um cativeiro de 5 anos e regressariam para uma carreira política digna de 50 anos?
Como já aqui disse anteriormente, as análises da imprensa em geral foram sempre bastante redutoras e simplistas em relação aos dois candidatos, pelo que não me pude considerar tão bem informado quanto poderia estar em relação aos dois homens (e também por não ter tempo para poder investigar mais por conta própria), mas pelas razões que apontei no último post, John McCain mereceria o meu voto se fosse americano.
Pela sua tenacidade, coragem contra adversidade (até no caminho para a nomeação republicana) McCain demonstrou qualidades de sobra para poder estar na Casa Branca. Mas como ele disse ontem, a partir de agora o caminho deve ser o do apoio ao novo Presidente eleito. Aliás, até por aqui se vê a dignidade do candidato. McCain não se bastou a reconhecer a derrota e a dar os parabéns da praxe a Obama, pediu empenhadamente que todos, não obstante as diferenças, ajudassem o novo Presidente, e de um modo muito eloquente falou do quanto foi importante a eleição de Obama em termos históricos. Aliás, e para muitos intelectuais de pacotilha que aí andam fiquem a saber, recordou quando, em 1901 o Presidente Theodore Roosevelt convidou Booker T. Washington (um líder negro que tinha sido escravo até aos 5 anos de idade) para jantar na Casa Branca, a primeira vez que tal aconteceu. E Roosevelt era republicano. Isto sou eu que acrescento.
Gostava até de saber se os discursos de derrota de candidatos democratas como John Kerry ou Al Gore terão sido de tanto fair play e hino ao espírito democrático.
Em suma, John McCain é um político com honra, e isso, neste mundo, é mais importante que qualquer derrota.
(imagem retirada de www.pastemagazine.com)